sábado, 23 de fevereiro de 2013

QUANDO O POETA VÊ QUE NÃO TEM JEITO



DEPOIS DE TUDO

"A coisa tá ficando séria", foi o que disse ao meu amor um dia, que depois me disse: "O que não tem remédio remediado está", visto que não tinha mais saída, encalacrados estavam os dois num amor sem fim. Agora, depois de tão profundamente fincadas as raízes desse voluptuoso sentimento eu digo a ela: "Não tem mais jeito realmente, juntos estamos pelo pacto do amor, se lembra? Digo que pode cair a noite nebulosa, pode chuver que não te deixo. Porque minha vida é, pois, te amar, porque o amor só existe porque há você que o trouxe a mim. Porque te quero com força acima de todas as caretas do tempo e dos objetores, porque rosnado bem maior vem do estrondo do meu coração quando em você eu penso. Te amo".

EVANDRO BATISTA

Postando no meu blog  do meu amigo Evandro grande Poeta...

QUANDO O POETA BUSCA A INSIGNIA



SEM QUE TE AMANDO

Ah, meu amor, o que dizer-te assim? não imagino
Como em raciocínio explicar essa grandeza?
Na hora em que nos damos nessa entrega louca
Se és inexplicável de envolventes braços
De rainha, fêmea musa, assoberbada... linda
Como sabes, deusa amante, me entreter, alegre
Em carinhos, mil delícias que abrilhantam muito
Sem tempo e mais que plena nesse amar-me tanto
Usando a experiência que busquei qual lobo
Pra saciar-me a fome, pra de ti beber
Buscando agora a insígnia, te esperando em mim
Gozando da vitória de ser teu pra sempre

EVANDRO BATISTA


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

http://www.youtube.com/watch?v=mT3FoPKm8rc&feature=player_embedded

domingo, 17 de fevereiro de 2013


I CONCURSO DE MINICONTOS AUTORES S/A [Revista Biografia]

I CONCURSO DE MINICONTOS AUTORES S/A

REGULAMENTO

QUAL É O OBJETIVO DESSE CONCURSO?

O gênero de micro-mini-nano contos está crescendo a cada dia mais, diante dos novos meios tecnológicos de postagens instantâneas, como o Facebook e o SMS, por exemplo, e da necessidade da praticidade nos dias de hoje. Não obstante essa praticidade, criar um miniconto é um exercício árduo, que exige criatividade e sintetismo. Logo, o objetivo desse certame é estimular a criação de minicontos na língua portuguesa, reforçando ainda mais esse momento literário dos dias atuais, descobrir e publicar novos talentos da área.


QUEM PODE PARTICIPAR?

Todos, desde que elaborem textos em língua portuguesa (sendo permitidos termos em outros idiomas).

COMO POSSO PARTICIPAR?

Primeiramente, cada participante deverá se tornar um seguidor(a) do blog Autores S/A: Concursos Literários.A inscrição é gratuita. Ela deve ser feita através de um formulário de inscrição, o qual será encontrado no menu inicial do blog. ou na própria postagem do regulamento. Cada participante poderá enviar apenas 01 (um) miniconto.

QUAL SÃO AS REGRAS PARA A ESCRITA DO MINICONTO?

As regras são as seguintes:
- O miniconto deverá conter, no máximo, 150 palavras (não serão considerados os espaços). Excedendo esse limite, o autor será automaticamente desclassificado.
- O miniconto poderá abordar qualquer temática, ou seja, não haverá qualquer restrição.
- O miniconto não precisa ser necessariamente inédito nesta primeira etapa.
- Em caso de suspeita de plágio, o autor será automaticamente desclassificado e ainda correrá risco de ser penalizado de acordo com a Constituição Nacional.

DEVO CRIAR UM PSEUDÔNIMO?

Sim, deve. Do começo ao fim do concurso, cada participante será identificado apenas pelo seu pseudônimo. No entanto, atenção: não crie um pseudônimo que guarde alguma semelhança com o seu nome verdadeiro. Caso o seu pseudônimo comprometa a sua real identidade, haverá risco de eliminação automática.

QUAL SERÁ O PRAZO PARA AS INSCRIÇÕES?

O prazo de inscrição vai do dia 15 de fevereiro de 2013 até as 23:59 min.do dia 20 de março de 2013. Fique ligado!

COMO FUNCIONARÁ O PROCESSO DE SELEÇÃO?

Quatro jurados bem renomados no cenário crítico-literário brasileiro, cujos nomes serão revelados a partir da fase final do certame, farão a leitura e o julgamento de todos os minicontos inscritos. Feito isso, cada um deles irá escolher 5 autores inscritos, os quais serão classificados para a próxima fase. A segunda fase será devidamente explicada aos 20 classificados.

QUAL SERÁ A PREMIAÇÃO?

A premiação consistirá na publicação de uma antologia com os 60 melhores minicontos do certame, pela Editora Penalux. Todos os 20 classificados serão publicados e todos os 20 receberão, cada um deles, 01 (um) exemplar da antologia.
As demais premiações serão:
1º Um troféu; publicação de minicontos em pelo menos dois sites e revistas importantes do meio literário; um box com 1 DVD (o documentário “Tropicália”) 1 livro (“Os cem menores contos brasileiros do século”, org. por Marcelino Freire) e 1 CD (“Chico”, de Chico Buarque, 2011).
2º Um troféu; publicação de minicontos em pelo menos dois sites e revistas importantes do meio literário; 2 livros.
3º Um troféu; publicação de minicontos em pelo menos dois sites e revistas importantes do meio literário; 1 livro.
4º Publicação de minicontos em pelo menos dois sites e revistas importantes do meio literário.
O jurado que tiver escolhido, na primeira etapa, o autor vencedor do certame, também receberá uma premiação surpresa.
Vale ressaltar, para todos, que haverá participações especiais de autores renomados no decorrer do certame, além dos jurados que já compõem a mesa fixa. As avaliações que serão realizadas serão muito importantes para a formação e para o crescimento de todos os autores participantes. Ou seja, muito além de uma premiação material, este concurso oferecerá ao autor uma possível base formadora, calcada em críticas construtivas.

ALGUMA DÚVIDA?

Em caso de dúvidas, por favor, sintam-se a vontade em enviá-las para o seguinte e-mail: lohanlp@yahoo.com.br
Também serão respondidos os comentários deixados na postagem referente ao concurso.

BOA SORTE A TODOS!
Lohan Lage Pignone (Organizador)
Patrocínio: Editora Penalux e Autores S/A.


Formulário de Inscrição

Fonte:






Revista Biografia

sábado, 16 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

QUERO CONTAR UM CONTO"""


13º Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães [Revista Biografia]

13º Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães                           

Instalado em 1988, o Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães homenageia o jornalista e escritor sul-rio-grandense que apoiou a criação e expansão das Jornadas Literárias de Passo Fundo, que se realizam a cada dois anos desde 1981. Em 2013, ano em que serão celebrados os 32 anos das Jornadas Literárias, acontecerá a décima terceira edição do concurso.

 INSCRIÇÕES

O concurso destina-se a contistas com obras publicadas ou não, que apresentem textos inéditos. Cada participante deverá apresentar três contos. As inscrições serão realizadas de 31 de janeiro de 2013 a 01 de junho de 2013.

As inscrições podem ser feitas através da entrega de originais no local de inscrição (endereço abaixo) ou por correio. Não serão aceitas inscrições por e-mail.


As cópias dos três contos devem ser remetidas ao endereço:

Universidade de Passo Fundo
15ª Jornada Nacional de Literatura
Centro Administrativo, Campus I – BR 285
Bairro São José – CEP 99052-900 – Passo Fundo/RS
Fone/Fax (54) 33168368
Informações sobre o concurso podem ser obtidas pelo e-mail jornada@upf.br ou pelo telefone (54) 3316 8368.

APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS

Os originais deverão ser apresentados em 04 (quatro) vias, em formato A4, digitados numa só face, em espaço 2, fonte Times Roman, tamanho 12, e identificados apenas com o pseudônimo do autor.

As 04 (quatro) vias deverão ser reunidas em único envelope, no qual deverão constar o título do concurso e pseudônimo do autor.

Nesse mesmo envelope, deverá ser colocado outro envelope, contendo a identificação do autor, seu endereço completo, um breve currículo e a indicação dos títulos dos contos.


JULGAMENTO

Os trabalhos serão julgados por uma comissão indicada pelas instituições promotoras, e o nome dos vencedores será divulgado na abertura da 15ª Jornada Nacional de Literatura, em 27 de agosto de 2013, no Casarão da Cultura de Passo Fundo.

Não caberá recurso às decisões da Comissão Julgadora.

PREMIAÇÃO

Os dois melhores contistas receberão prêmios no valor de:
1º lugar: R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
Troféu Vasco Prado

2º lugar: R$ 3.000,00 (três mil reais);
Troféu Vasco Prado

Alguns trabalhos poderão ser destacados com menção honrosa, a critério da Comissão Julgadora.

Os contos premiados poderão ser editados em antologia organizada pelo Instituto Estadual do Livro, a ser publicada em co-edição com a Fundação Universidade de Passo Fundo e Prefeitura Municipal de Passo Fundo.

OUTRAS DISPOSIÇÕES

Os casos não previstos por este regulamento serão resolvidos pela Comissão Julgadora.

A inscrição implicará, por parte do concorrente, a aceitação dos termos do presente regulamento, bem como a cessão, sem ônus, dos direitos autorais dos trabalhos inscritos, para eventual publicação, até 05 (cinco) anos após o encerramento do concurso.


Fonte:

Revista Biografia

Nota: A Revista Biografia não possui vínculos com os organizadores do Concurso, tampouco, está obrigada a repassar os resultados ou resolver qualquer problema advindo do processo de inscrição. Apenas divulgamos o evento no intuito de informar os leitores e autores que visitam nossa página sobre o que acontece no mundo dar artes. Aqueles que desejarem participar devem entrar em contato diretamente com a organização do Concurso.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

VOU TE CONTAR VIU!


8 Dicas para escrever um Conto


1. Escolha uma situação
A situação não precisa ser uma história completa, basta ser um acontecimento, como, por exemplo:uma bola no telhado, uma batida de carro, uma pessoa acordando após um sonho. Enfim, um momento no tempo; uma pintura. Esse será o início do teu conto, ou seja, a narrativa começará a partir daquele evento.
2. Apresente o evento
Essa é uma das partes que eu mais gosto. É nesse momento que você começará a sair da realidade para ficção, ou seja, é neste ponto que sua narrativa deixa de lado os fatos reais para entrar numa realidade totalmente diferente do evento observado, onde ganhará um personagem e um ambiente. Nesse momento, portanto, é a hora que você pode tudo!
2.1 Descreva o evento
A descrição ajuda tanto o leitor quanto o escritor. É através dela que você poderá dividir o mesmo ambiente com o personagem e o leitor; é aquele momento mágico onde a tua imaginação ganha asas e cria um mundo totalmente novo e inesperado. Assim, se o seu momento for, por exemplo, uma batida de carro, descreva a batida e introduza o teu personagem na situação.
Você pode querer ser detalhista, descrevendo os cacos de vidros, a gritaria, as sirenes das ambulâncias, o alvoroço formado… Enfim, permitir que o leitor entre na tua imaginação. Porém, não perca muitas linhas com isso; descreva o ambiente para que o seu leitor possa entrar na história como um observador. Se a descrição for muito longa, pode ser que seu leitor acabe desistindo da leitura antes do grande final.
2.2 Não descreva o evento
Apesar de gostar muito da descrição, para se iniciar o conto não é necessário o uso da descrição. Utilize o evento somente para dar início à narrativa, deixando, caso queira, a descrição para uma outra situação.
Assim, imagine que a batida ocorreu diante de uma barbearia e que o seu personagem principal é o barbeiro ou o cliente que aguardava sua vez. Daí, devido à batida, o personagem principal, ao sair para ver o que havia acontecido, não percebeu que seu celular havia caído atrás do banco onde estava sentado. Então, por exemplo, seu conto poderia começar da seguinte forma: Cláudio não teria como imaginar que aquela batida seria o início de um péssimo dia…  
3. Fuja do óbvio 
Normalmente, sempre imaginamos o óbvio. Acredito que, ao ler o exemplo da batida, você imaginou que o personagem principal seria um dos envolvidos no acidente, estou certo? Se acertei, não se preocupe, isso é normal, aliás, esse exemplo foi proposital, justamente para explicar esta terceira dica.
O evento só serve para iniciar a narrativa, pouco importa se o seu personagem é, ou não, um dos envolvidos, o importante é que você não fique preso ao que 90% das pessoas pensariam. Veja que a batida somente serviu para dar início ao exemplo, pois, o personagem não estava envolvido diretamente com o evento. Aliás, uma batida de carro pode dar início a vários contos! A quantidade de pessoas envolvidas indiretamente com a batida, dependendo da cidade, pode chegar a mais 30. Portanto, não se deixe enganar pelo óbvio, lembre-se: o momento da apresentação do evento é o mais interessante e divertido, onde TUDO pode acontecer.
4. Desenvolvimento da narrativa
Agora que você já apresentou seu personagem, já situou ele no tempo e no espaço, vem a parte que mais exige da sua imaginação, ou seja, a criação da narrativa, propriamente dita. Nessa parte você deverá narrar os acontecimentos posteriores à situação inicial; portanto, Cláudio (personagem de nosso exemplo) voltará para a barbearia, cortará o cabelo e seguirá a sua vida, cuja narrativa caberá a você.
Ao dizer que a batida de carro seria o início de um péssimo dia, você já deixou o leitor curioso, logo, os acontecimentos posteriores terão que caminhar para justificar o motivo da curiosidade, isto é, o péssimo dia. Mantenha sempre a concisão e a precisão na narrativa. Por exemplo, se o “péssimo dia” foi causado pela batida, Cláudio, ao esquecer o celular na barbearia, não recebeu as ligações de sua esposa, uma mulher extremamente ciumenta, que acabará sofrendo um acidente de carro porque teve uma crise de ciúmes quando não conseguiu conversar com seu marido.
Veja que este poderia ser o final da sua narrativa, um final que seu leitor não imaginará com tanta facilidade, pois, sendo uma mulher ciumenta, o óbvio seria a morte de algum personagem. Logo, tendo nas mãos a cartada final, você deve conduzir o leitor durante todo o trajeto até que, finalmente, ele chegue ao fatídico momento.
5. Use diálogos
Os diálogos são essenciais para apresentar o personagem. Com ele, você pode abusar de erros gramaticais, caso queira demonstrar que o seu personagem não possui uma educação elevada; pode demonstrar que o seu personagem é mais introspectivo, mais extrovertido, mais brincalhão… Enfim, é uma forma de ajudar na elaboração do personagem, deixando a cargo do leitor a criação psicológica do personagem, por exemplo. Você pode evitar a descrição direta do personagem através dos diálogos. Portanto, não subestime os diálogos, eles são excelentes ferramentas para quebrar a ligação entre o narrador e o personagem.
6. Anote suas ideias
Muitos acreditam que são inspirados por Deus e, portanto, não precisam de mais nada além de um simples papel e caneta. Não acredite nisso! Apesar de existirem, esses casos são raros. O trabalho de um escritor é 99% de pesquisa e 5% de inspiração, como diz o dito popular. Por mais simples que possa parecer, escolher uma situação não garante a continuidade do conto, causando-nos o tão preocupante “bloqueio mental” e suas consequências.
O maior problema ao escrever um Conto não está no início, nem no desenvolvimento, mas no final, pois, se ele tem que surpreender de alguma forma o leitor, encontrar essa surpresa poderá demorar bastante, causando desconforto ao escritor que, misturado com o bloqueio causado pela insegurança, impedirá o desenvolvimento da história. Portanto, uma forma de evitar essas “travadas” é manter as suas ideias sempre anotadas, mesmo as mais absurdas. Um caderno cheio de ideias são práticos na hora de finalizar o conto, pois, muitas vezes, o final de um determinado conto pode estar no começo de outro e vice-versa. Então, não deixe de anotá-las! Além do mais, pode ser que outros contos estejam prontos para surgirem dessas anotações. ;)
7. O Final
O final de um Conto deve trazer uma euforia, uma excitação. Não precisa ser rebuscado, basta ser inesperado, algo que o leitor não estava esperando ou, pelo menos, que não fosse tão óbvio, como, por exemplo, o final do nosso exemplo, onde a esposa de Claudio morre em um acidente de carro, aliás, um final com a mesma situação que gerou toda a história. Essa estrutura cativa o leitor, deixando ele pensativo e ávido para deixar seu comentário. ;)
Para começar a escrever um Conto, basta vontade, boa imaginação e alguma situação.
Espero que essas dicas possam ajudá-los de alguma forma. O intuito deste post não foi criar uma regra, uma fórmula de como escrever um conto, mas, dar uma orientação e algumas ferramentas para que você possa escrever seus textos.
Na próxima segunda, daremos algumas dicas sobre a produção de diálogos. Não perca!
Ainda não está satisfeito com essas dicas, veja as outras dicas que já foram dadas:
  1. Escreva Melhor: 7 dicas para escritores
  2. Melhores Diálogos: entenda os 3 tipos de discursos
  3. Melhores Diálogos: 7 dicas para escritores
  4. Leia Melhor: 6 dicas para a boa leitura
  5. Personagem: 5 dicas para criar um personagem
  6. 8 Dicas para celebrar o Dia Internacional do Livro

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

GLOSANDO O MOTE



              Você Pode Aprender!
                      Compadre Lemos.

Amigos,

Numa tentativa de ajudar aos Compadres e às Comadres que estão começando, e querem muito aprender e colocar em prática as Regras do Cordel, fiz um resumo daTeoria.

Espero que seja útil.

Quaisquer esclarecimentos, estamos às ordens!

Teoria do Cordel - Resumo

1. - Sextilha: 


Talvez, por ser mais fácil, seja o gênero preferido pelos nossos repentistas, principalmente no início das apresentações. A Sextilha é uma estrofe com rimas pares, constituída de seis linhas - ou seis versos - de setesílabas.  Os versos de sete sílabas poéticas são chamadosheptassílabos.

Na Sextilha, rimam as linhas pares entre si, ( linhas 
A)
conservando as demais em versos brancos (linhas 
X  - sem rima obrigatória).

Assim, esquematiza-se a Sextilha, quanto à Rima:
XA
X
A
X
A

Leandro Gomes de Barros, grande escritor da Literatura de Cordel, filho de Pombal, Estado da Paraíba, escreveu:

X - Meu verso inda é do tempo 
A - Que as coisas eram de graça: 
X
 - Pano medido por vara, A -Terra medida por braça, 
X - E um cabelo da barba 
A - Era uma letra na praça

Outro exemplo que daremos é o do ceguinho anônimo, que, após a morte de sua desventurada mãe e guia, chorou, com os olhos rasos d'alma, seu infortúnio:

Já tive muito prazer,
Hoje só tenho 
agonia! 
Não sinto porque sou cego,
Eu sinto é falta do 
guia! 
Quando mamãe era viva,
Eu era um cego que 
via!2. - Sete Linhas, Sete Pés, Septilha ou Setilha. 

No início do século atual, o cantador alagoano Manoel Leopoldino de Mendonça Serrador fez uma adaptação à Sextilha, criando o estilo de sete versos, também chamado de sete linhas ou de sete pés, rimando os versos pares até o quarto, como na Sextilha; o quinto rima com o sexto, e o sétimo com o segundo e o quarto.

Esquematizando, fica:
XA
X
A
B
B
A

Exemplifiquemos com o próprio criador do gênero:

Amigo José Gonçalves,
Amanhã cedinho, 
 
A Coatis, onde reside.
Compadre João 
Pirauá,
Diga a ele dessa 
vez, 
Que amanhã é fim de 
mês,
Deus querendo, eu chego 
lá! 

José Duda do Zumbi (Manoel Galdino da Silva Duda), no ocaso da vida, com a experiência da idade, disse para José Miguel, jovem companheiro, com quem duelava:

Fui moço, hoje estou velho!
Pois o tempo tudo 
muda! 
Já fui um dos cantadores
Chamado Deus nos 
acuda ... 
Este que estão vendo 
aqui 
Foi Zé Duda do 
Zumbi! 
Hoje Zumbi do Zé 
Duda! 
3 - Décima de Sete Pés 

Embora de origem clássica, é a Décima um estilo muito apreciado, desde os primórdios da Poesia Popular, principalmente por ser o gênero escolhido para os motes, onde os cantadores fecham cada estrofe com os versos da sentença dada, passando a estrofe a receber a denominação de glosa.

Por isso, "glosar um mote" significa: "fazer uma estrofe usando a métrica e a rima de um mote"

Como o próprio nome diz, Décima é uma estrofe de dez versos de sete sílabas, assim distribuídos: o primeiro, rima com o quarto e o quinto; o segundo, com o terceiro; o sexto, com o sétimo e o décimo, e o oitavo, com o nono. Podemos assim representar essa distribuição: 
B BA A C C D D C, ou ainda, na vertical:AB
B

A
A
C
C

D
D

C


De Antônio Ugolino Nunes da Costa (Ugolino do Sabugi), primeiro grande Cantador brasileiro, extraímos esta estrofe, em Décima, de seu famoso poema "As Obras da Natureza":


A - As obras da Natureza - São de tanta perfeição, 
B - Que a nossa imaginação 
A - Não pinta tanta grandeza!
A - Para imitar a beleza 
C - Das nuvens com suas coresC - Se desmanchando em louvores D - De um manto adamascado
D - O artista, com cuidadoC - Da arte aplica os primores
Nota: O Mote

O Mote
 é uma sentença ou pensamento, formado de um ou dois versos, com que se finalizam as estrofes.
O Mote serve também para se dar o tema da estrofe, pois é sobre o seu conteúdo que se deve versar.
Uma estrofe que responde a um Mote passa a se chamar“Glosa”.

Exemplo: Mote de duas linhas ou dois versos:

“Quem não veio por amor
Aqui não deve ficar”.


Glosa:

Milagre, na Cantoria
É o tinir da viola!
O Cordel é uma escola
De paz, amor e harmonia!
Seja noite, seja dia,
Prosseguimos a cantar
E o verso vem expressar
Nosso carinho ao labor...
Quem não veio por amor
Aqui não deve ficar!
4 - Martelo Agalopado 

Martelo Agalopado atual, criação do genial violeiro paraibano Silvino Pirauá Lima, é uma estrofe de dez versos, em decassílabos, ( versos de dez sílabas poéticas ) obedecendo à mesma distribuição de rimas dos versos da Décima. (B B A A C C D D C ),

A - Quando as tripas da terra mal se agitam, 
B - E os metais derretidos se confundem, B - E os escuros diamantes que se fundem, 
A - Da cratera ao ar se precipitam.
A - As vulcânicas ondas que vomitam 
- Grossas bagas de ferro incendiadoC - Em redor, deixam tudo sepultado 
D - Só com o som da viola que me ajuda, 
D - Treme o sol, treme a terra, o tempo muda, C - Eu cantando Martelo agalopado.5 - Galope a Beira-Mar

Gênero muito apreciado pelos Apologistas da Poesia Popular que, juntamente com o Martelo, recebeu a denominação de “Décima de Versos Compridos”.

O Galope a Beira Mar é assim chamado em virtude de ser empregado mais em temas praieiros e ter um ritmo que se assemelha ao galopar de um cavalo.

É constituído de estrofes de dez versos de onze sílabas, (Versos Endecassílabos ) seguindo a mesma distribuição de rimas da Décima, (B B A A C C D D C ), sendo queo último verso deve, invariavelmente, terminar com a palavra MAR

Foi criado pelo violeiro cearense José Pretinho, filho de Morada Nova, vaqueiro do "coronel" José Ambrósio, falecido em Lavras da Mangabeira. Contam que José Pretinho, após levar uma surra, em Martelo, de Manoel Vieira Machado, Cantador piauiense, veio a Fortaleza e, na Praia de Iracema, observou o mar, cujo movimento das ondas se parecia com o galope dos cavalos da fazenda do "coronel" Ambrósio. Criado o estilo, procurou o adversário para a desforra. Deixou-o aniquilado. Mergulhão de Sousa divulgou o gênero por todo o Nordeste. Dimas Batista, cantando no Teatro Santa Isabel, em Recife, improvisou sob aplausos:

A - Cantando um Galope ninguém me humilha, 
B - Pois tudo o que existe no mar aproveitoB - Na ilha, no cabo, península, estreito,
A - Estreito, península, em cabo e na ilha,
A - Navio, lá na proa, em bússola e milha! 
C - Medindo a distância eu vou viajar
- Não quero, da rota, jamais me afastarD - Porque me afastando o destino saí tortoD - Confio em Deus pra avistar o meu portoC - Cantando Galope na beira do mar!6 - Metrificação e Ritmo

Métrica ou Metrificação é a arte que ensina os elementos necessários à feitura de versos medidos.

A métrica é obtida pela contagem das sílabas poéticas
 e o ritmo é obtido pelas cesuras. (Sílabas tônicas, obrigatórias, nos versos).

Deve-se observar, a princípio, que a contagem de sílabas poéticas difere, em função do ritmo, da contagem de sílabas gramaticais. 

Assim, o verso “ Milena chega em novembro”,gramaticalmente, tem nove sílabas:

( Mi le na che ga em no vem bro).

Mas, na contagem poética ( que obedece ao ritmo do canto ou declamação do verso) encontramos apenas setesílabas poéticas:
Mi le na che gaem no vem ( bro).

Vamos entender melhor essa divisão, ao estudarmos as regras abaixo:
Regra 1 – Contam-se as sílabas poéticas somente até a sílaba tônica da última palavra do verso.

Ou seja: não se contam as sílabas que estiverem depoisda sílaba tônica da última palavra do verso.

A última sílaba que se conta é a tônica da última palavra. Ex.- 7 Sílabas:

Eu vi mi nha mãe re zan (do) 7
Aos pés da Vir gem Ma ri (a) 7
E rau ma San taes cu tan (do) 7
O queou tra San ta di zi (a) 7

Oservação: A sílaba entre parêntesis (...) não é contada, porque é uma sílaba final átona ( não tônica).
Regra 2 - Embebimento – Junção de Vogais:

Quando uma palavra termina por vogal átona e a seguinte começa por vogal ou ditongo, pode-se contar como uma sílaba só. Diz-se que houve embebimento de uma sílaba na outra. Ex.:

Ouvindo a fala ao vento. OU VIN DOA FA LAO VEN (to) = São seis sílabas poéticas.

Fazer o amor ser verdade – FA ZER OA MOR SER VER DA (de) = sete sílabas poéticas.

Meu compadre, atenção, que eu vou dizer – MEU COM PADREA TEN ÇÃO QUEEU VOU DI ZER = Dez sílabas poéticas.

Eu nunca falei da sentença do amor – EU NUN CA FA LEI DA SEN TEN ÇA DOA MOR = Onze sílabas poéticas.
Regra 3 - Hiatos e ditongos - Sinérese e Diérese

Para atender à métrica, hiatos podem transformar-se em ditongos (Sinérese) e ditongos podem transformar-se em hiatos (Diérese)

Exemplos:
Su-a-ve por Sua-ve (3 viram 2)

Ouvimos suave canto - OU VI MOS SU A VE CAN (to) = 7 sílabas

ou OU VI MOS SUA VE CAN (to) = 6 sílabas

Sau-da-de por Sa-u-da-de (3 viram 4)

A SA U DA DE MA TA DEI (ra) = 8 sílabas.

A SAU DA DE MA TA DEI (ra) = 7 Sílabas
Cesuras

Não esqueça que o que dá ritmo à poesia são as cesuras. (Sílabas Tônicas)

Cesuras são as sílabas tônicas que devem existir obrigatoriamente no interior dos versos.

Fazer com que as sílabas tônicas das palavras escolhidas para compor os versos coincidam com as tônicas originais do estilo em que se está versando ( cesuras), é a tarefa mais difícil para o poeta.

Exemplos: 

Heptassílabos: ( versos de sete sílabas, usados nas trovas, quadras, sextilhas, septilhas e décimas de sete pés)

Eu vou cantar o meu verso -- Eu 
vou can tar o meu ver ( so)
Bonito como ele só -- Bo 
ni to co moe le 

Falando do Universo -- Fa 
lan do do U ni ver
 ( so )
Que é feito de pedra e pó. -- Queé 
fei to de pe drae 


Devem ser tônicas: a 
 e a  sílabas. ( 2 e 7)
Decassílabos( Versos de dez sílabas, usados no Martelo Agalopado)

Muito tempo depois de Ele nascer, -- Mui to tempo de pois deE le nas cer Compuseram a prece pra Maria -- Com pu se ram apre ce pra Ma ri (a)

Devem sempre ser tônicas: a , a  e a 10ªsílabas. ( 310 ).

Endecassílabos ( Versos de onze sílabas poéticas, usados no Galope à Beira Mar).

Eu vou por estradas traçadas no vento -- Eu voupor es tra das tra ça das no ven ( to )
Montado no dorso alado de um verso! -- Mon ta do no dor so a la do deum ver ( so )

Devem ser tônicas: a , a , a  e a 11ªsílabas. ( 2, 5, 8 e 11 ).

Nota final:

Desenvolvemos um método simples de se aprender, pelo ritmo da declamação, onde se localizam as tônicas dos estilos de Cordel estudados neste trabalho:

Basta numerar as sílabas do Estilo e declamar a seqüência numérica, dando ênfase nas tônicas;

Assim:

Heptassílabos: ( Sextilhas, Septilhas e Décimas de Sete Pés)

2 3 4 5 6 7

Decassílabos ( Martelo Agalopado )

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 

Endecassílabos ( Galope à Beira Mar )

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Pesquisa: 
*L* Compadre Lemos
luzcar@oi.com.br
Fontes:
Academia Brasileira de Literatura de Cordel 
http://www.ablc.com.br/index.htmJornal de Poesia – Cordelhttp://www.revista.agulha.nom.br/cordel.html


Que todos façam bom pr

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

AO ME DEITAR



Quando meu corpo embrulho nos lençóis
Fico em penumbra esperando o sono
Morfeu comigo à embalar lembranças...

Voláteis pontos de luzinhas fracas
Correm no teto imitando estrelas
A sombra forma imagens na parede...

Na boca sinto teu beijar tão doce
O vento assanha a estúpida cortina
E ouço vozes circulando em mim...

Apalpo a pele do meu corpo nu
Me torno em fúrias mas depois esqueço
Canto baixinho,rezo...adormeço!


Dorothy de Castro...Daqui pra frente DOROTHY

KISS-







Não há retrocesso...fim da dança.
A banda engana-se ...Parou!
Que loucos esses passos...Já me cansa.
Foi um brincar de amor...quem sabe horror...

Piromania? Porque os neons? Os sons?
A minha roupa brilha...o meu batom,
Marca a tua boca...que coisa louca! Os tons,
São azulados...Um drops? Um bombom?

A luz se espalha e a  banda toca alto,
Alto! Parou! nem mais um pio...
Corpos suados...Olhos esbugalhados,
Final da festa...gelo nos lábios... Vazio!

Dorothy de Castro (Santa Maria- 27/01/2013)




sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"AGELESS" (SEM IDADE)

(Dafne Salfe - 83 anos a modelo mais velha do mundo!)


E disse-me a velhice: Fica velha...Obedeci.
Deixei cair os últimos retalhos, atalhos...
Compreendi que a graça numa pirraça,
Queria muito se afastar  de mim...

Vi desbotar a cor dos meus cabelos,
O viço da minha pele indo embora
Ásperas mãos e raleados pelos.
Pensei comigo:Sim, sou velha agora...

Vou asilar-me, me aposentar de mim.
Mas que farei com a minha lucidez?
Esta que eu tenho a sustentar-me a lira?
Pensei...pensei e resolvi por fim...

Não quero a finitude, é tudo asneira,
Odeio regras do não posso isso,
E nem aquilo e nem de outra maneira,
Invento um mundo meu,um reboliço...

Tudo que faço, faço com tesão.
Desisto... não insisto em ter idade,
Volto à ser jovem,à ser  moça então,
Morra a velhice! Viva a mocidade!


Dorothy de Castro...Daqui pra frente







 
Amor não tem idade. Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino