| Garua |
| Tango - Versão |
| Aníbal Troilo / Cadicamo - L. Marques |
| * * * * * * * * * * * |
| A noite morna é um vazio, tão frio, |
| O vento arrasta um estranho, lamento, |
| Parece um poço de sombra, a noite, |
| E eu na sombra caminho, tão lento, |
| Entretanto, a garoa, se amontoa, |
| Amaldiçoa o meu coração, |
| E nesta noite tão fria, vazia, |
| A mesma antiga saudade, me invade, |
| E por mais que queira odia-la, |
| Deseja-la e olvida-la eu a quero mais, |
| Garoa, ando triste pela rua, |
| Levo o coração ferido, |
| Soluçando inconformado, |
| Sofrendo, vendo, o anseio mais querido, |
| De repente destroçado, |
| Perdido, sou um fantasma pelas sombras, |
| E outra sombra procurando, |
| Garoa, tristeza, |
| Só me resta sofrer e chorar ! |
| A noite é um charco de tédio e de frio, |
| Ninguém se arrisca a passar pela esquina, |
| Na rua escura vagando com o vento, |
| Só mesmo a chuva, tão fria e tão fina, |
| E a minh'alma que é um destroço, |
| Que eu carrego como posso, |
| Esperando o fim, |
| As gotas caem num charco, em minh'alma, |
| Na solidão se afogando, sem calma, |
| E aumentando o meu tormento, |
| Cai a chuva, sopra o vento, |
| Já não posso mais !... |
C










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