Somente um tacho de cobre reluzente,
Permanecia lá dependurado...
De resto nada pra contar história,
Foram guardados bem embrulhadinhos,
colher de prata envelhecida , garfos,
facas de alpaca e panos de lamê...
Num como quê tudo sumia agora,
Mas tinha a bela dama ressurgido,
Da amarelada página do livro,
Vestido preto justo e decotado,
Rosa vermelha presa no decote,
No alto do cabelo olha só,
Bem retorcido à moda da vovó,
Ela ostentava seu fatal birote...
Batom vermelho na boquinha santa,
Marido chega procurando a janta,
Ela nem liga corre pro terreiro...
Queria sim, queria ser viúva,
Derrama no vestido água de cheiro,
Se esconde bem pra que ninguém a ache,
Faz uma dança como um índio apache,
E pede à Deus para morrer na chuva!!!
Dorothy de Castro - Daqui pra frente Dorothy
0 comentários:
Postar um comentário
deixem seus comentários