os olhos verdes do meu pai, verde infinito
Lembravam festas num jardim suspenso
Tão envolvente o seu olhar e tão aflito
Pelos seus filhos num cuidado imenso...
Lembro-me bem de uma severidade
Naquele olhar que a nos falar dizia
Dessa importância quanto à lealdade
O ensinamento não nos confundia...
Meu pai nunca gostara de falar da morte
Achava que morrer era nascer de novo
E pra viver no mundo tinha que ser forte....
...
E os conselhos sábios que de mim não sai
Repasso pros meus filhos desejando a sorte
A mesma que vi nos olhos verdes do meu pai!...
Dorothy de Castro ........Daqui pra frente Dorothy
domingo, 14 de agosto de 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
ANTES A CHUVA...
Dos cacarecos todos que sobraram,
Somente um tacho de cobre reluzente,
Permanecia lá dependurado...
De resto nada pra contar história,
Foram guardados bem embrulhadinhos,
colher de prata envelhecida , garfos,
facas de alpaca e panos de lamê...
Num como quê tudo sumia agora,
Mas tinha a bela dama ressurgido,
Da amarelada página do livro,
Vestido preto justo e decotado,
Rosa vermelha presa no decote,
No alto do cabelo olha só,
Bem retorcido à moda da vovó,
Ela ostentava seu fatal birote...
Batom vermelho na boquinha santa,
Marido chega procurando a janta,
Ela nem liga corre pro terreiro...
Queria sim, queria ser viúva,
Derrama no vestido água de cheiro,
Se esconde bem pra que ninguém a ache,
Faz uma dança como um índio apache,
E pede à Deus para morrer na chuva!!!
Dorothy de Castro - Daqui pra frente Dorothy
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