sábado, 17 de setembro de 2016






Insano...

... Não tenho a medida exata dos fatos, dos atos e desacatos, nem mesmo a dimensão da dor. Uma insanidade acima de tudo, de nada, de planos, de danos. Não tenho a sensação do tempo passando, mas envelhecendo, roendo a carne, rasgando a embalagem, essa, que carrego sobre meus ossos e músculos, enquanto as imagens vão desaparecendo diante dos meus olhos, como se escondessem algo que eu soubesse... Os pássaros vão se distanciando, ouço cantarem bem ao norte, enquanto o perfume das rosas tentam atrair meu olfato, fraco e desencontrado, assim como esse meu corpo envelhecido e inóspito de onde procuro fugir... E a minha voz, ainda me lembro da suavidade no pronunciamento de cada palavra em versos, de cada canção desafinada, de cada grito insano... Insanas também são minhas mãos, que insistem, já um tanto trêmulas, a rabiscar imagens, a tocar o infinito, tapar da boca o grito, enquanto os calos estouram bolhas de sabão, grossas e rudes. Já me sinto fora dessa cadeia de “humanos”, hoje sou de uma classe em que me chamam insano...

Marco A. Alvarenga
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